segunda-feira, 6 de abril de 2015

Dom Antonio Maria Alves de Siqueira


O Bispo de Maria

Em São Paulo, no dia 14 de Novembro de 1906, o lar profundamente cristão de Antonio Alves Siqueira e de D. Luiza Alves de Siqueira mais uma vez viu-se abençoado com o nascimento do segundo filho, o “Toninho”.
O irmão mais velho, Tarcisio, foi o instrumento de que Deus se serviu para encaminhar ao seminário o “Toninho”, pois ai o precedeu por um ano. Mas outro foi o seu chamado.
Perderam o pai cedo, recebendo esmerada educação da sua mãe, viúva aos 25 anos, e da vovó Clara.
Foram inúmeros os tombos e arranhões do pequenino Antonio, mas desde então, o olhar carinhoso de Maria o acompanhava com afeto de Mãe e o preparava para a missão de “outro Cristo”.
Aprendeu a ler sozinho, antes de completar cinco anos, acompanhando por cima do ombro de Tarcísio as lições da mamãe. A partir de então, leu fascinadamente tudo que lhe caia nas mãos.
Aos 11 anos entrou para o Seminário de Pirapora, onde desde logo se salientou pela brilhante inteligência e profunda piedade, beneficiando-se da erudição, espírito de oração, ascese e dedicação dos Monges Premonstratenses.
Ninguém sabe como despertou a vocação sacerdotal neste menino de coração de ouro. Talvez nem ele mesmo soubesse, pois quando questionado em certa ocasião como havia surgido sua vocação respondeu: “Não sei dizer. Eu era um garoto como os outros, topando todas as peraltices e inventando outras”.
Recebeu a Batina em 06 de março de 1924, a Tonsura em 12 de março de 1927, as primeiras Ordens em 10 de março de 1929, o Subdiaconato em 9 de março de 1930, o Diaconato no dia 15 do mesmo mês e o Presbiterato no dia 15 de agosto do mesmo ano.
É interessante notar que, menos o Prebisterato, todas as ordens foram recebidas em março. Coincidência ou especial carinho de São José, que o quer assinalar e marcar para o acendrado amor de Jesus e Maria? Em 20 de julho de 1947 foi Ordenado Bispo. Ao ser sagrado Bispo ele acrescenta ao seu nome o de Maria para que Nossa Senhora estivesse sempre presente em sua vida a guiá-lo
O Divino Espírito Santo, que conferira a Dom Antonio Maria, ao sagra-lo bispo, a Missão do amor substancial, preparou-lhe o coração em moldes imensos para que todos coubessem no seu amor. Foi assim como professor do seminário, onde por 17 anos amou seus alunos, nas aulas, na direção espiritual, na prece, na doação e formou mais de 300 para a vida sacerdotal. Foi assim no seu período de professor no Colégio Assunção, como pregador de retiros do Clero, da Legião de Maria, do Cenáculo, dos conventos contemplativos, das congregações religiosas. Foi assim como dinamizador paternal e bondoso de algumas congregações e Institutos Seculares.
Dom Antonio Maria foi o homem do sim, da fidelidade absoluta. Sua existência foi Sim para a vida, seu coração foi Sim aos irmãos, ele todo foi sempre Sim aos irmãos, ele todo foi sempre Sim para Deus. Este sim exigiu dele muitas vezes, atitudes radicais. Era de temperamento artista e um musicista excepcional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário